Ciclone provoca avanço da lama e interdita mais uma parte da maior praia do Brasil

Ciclone provoca avanço da lama e interdita mais uma parte da maior praia do Brasil A orla da Praia do Cassino, em Rio Grande, ganhou novas restrições nesta s...

Ciclone provoca avanço da lama e interdita mais uma parte da maior praia do Brasil A orla da Praia do Cassino, em Rio Grande, ganhou novas restrições nesta semana. Depois do primeiro bloqueio, realizado em 21 de novembro, uma nova área foi isolada, ampliando para cerca de quatro quilômetros o espaço interditado. 🏖️ A maior praia do Brasil é a faixa contínua de areia que vai do Cassino até a Barra do Chuí, com aproximadamente 218 km de extensão. Embora ela receba nomes diferentes conforme os municípios (Cassino, em Rio Grande, e Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar), trata-se de uma única extensão. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O novo bloqueio, realizado na quarta-feira (10), foi feito em um ponto oposto ao da primeira interdição. Antes, a área afetada ficava entre as ruas Rio de Janeiro e o Canal Farroupilha. Agora, o trecho isolado vai do Canal Farroupilha até a guarita 12. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o aumento da lama está relacionado à formação de bolsões alimentados por sedimentos que chegaram ao mar após a enchente de 2024. Com a passagem do ciclone na última semana e os ventos fortes, esse material foi trazido para a superfície e se acumulou na beira da praia. "A lagoa é capaz de, em um dia, lançar toneladas de sedimentos no mar. Isso forma um depósito que depois, principalmente tempestades fortes, vão transportando para perto da praia", explica o professor Osmar Olinto Möller Junior. Apesar da presença do lodo, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) afirma que a água está própria para banho. A prefeitura, no entanto, orienta que os banhistas evitem entrar no mar por risco de atolamento ou escorregões. Barreiras e marachas foram instaladas para sinalizar os pontos críticos. Não há previsão para normalização da área, já que a situação depende de fatores naturais. Ciclone provoca avanço da lama e interdita mais uma parte da maior praia do Brasil Joanna Manhago/ GZH Há relação com a draga da região? O professor Osmar Olinto Möller Junior descarta qualquer relação com a draga usada no local: “A draga é monitorada, vai para o ponto de despejo, não lança sedimento no caminho. Ela tem que ir ao sítio de despejo. Eu descarto totalmente essa questão", expõe. 🔍 Uma draga é um tipo de equipamento utilizado para tirar areia, lama e outros materiais do fundo das águas. Em resumo, serve para manter os canais navegáveis e evitar que acumule sujeira. Em novembro, a Portos RS também afirmou que o acúmulo de lama não tem ligação com a dragagem em andamento na região. A empresa disse ainda que acompanha regularmente o comportamento do bolsão de lama, a área de despejo e as condições de operação da draga. VÍDEOS: Tudo sobre o RS